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Botafogo x Flamengo: Bandeirão da Torcida Alvinegra Detona o Rubro-Negro com Mensagens Históricas
Por Redação Flapress em 15/10/2025 19:40
A atmosfera que precede um clássico carioca frequentemente transcende as quatro linhas do campo, transformando-se em um palco de manifestações passionais e, por vezes, de provocações que resgatam episódios marcantes da história recente. No recente embate noturno de quarta-feira, a torcida do Botafogo, no Estádio Nilton Santos, não se conteve e orquestrou uma exibição contundente direcionada ao seu arquirrival, o Flamengo, antes mesmo de a bola rolar.
O ponto central da demonstração foi um grandioso bandeirão tridimensional, destacando um cachorro, um dos símbolos icônicos do clube alvinegro. A peça, exposta no setor Leste, trazia uma inscrição bastante específica: "tomei de 4 e pedi fair play". Essa frase, carregada de ironia, remetia diretamente à goleada de 4 a 1 sofrida pelo Rubro-Negro no Campeonato Brasileiro do ano anterior, um resultado que evidentemente permanece vívido na memória dos torcedores botafoguenses.
A alusão à suposta "falta de fair play" não era aleatória. Dias após o referido confronto, Rodolfo Landim, então presidente do Flamengo , havia manifestado em um grupo de apoiadores que vivíamos "tempos de SAF sem fair play financeiro". A provocação, portanto, não apenas evocava o placar elástico, mas também revisitava declarações que geraram debate à época, sublinhando a percepção de uma suposta hipocrisia na postura do adversário.
Os Alvos da Mensagem Alvinegra
Mas a complexidade da mensagem não se encerrava aí. O bandeirão também exibia uma simulação de página de jornal, que trazia à tona reportagens sobre a postura do Flamengo durante o pico da pandemia de Covid-19. Naquele período sensível, o clube da Gávea defendia o retorno dos treinamentos e atividades, enquanto o Botafogo, por sua vez, posicionava-se contrariamente, priorizando a cautela sanitária. Esta recordação serve como um lembrete das divergências éticas e sociais que marcaram o futebol brasileiro em tempos de crise global.
Para completar o leque de provocações visuais, o bandeirão apresentava ainda a figura do urubu, mascote rubro-negro, segurando uma placa com a incisiva declaração: "o atraso do futebol brasileiro". Esta última peça, sem rodeios, buscava posicionar o Flamengo como um entrave ao progresso ou à modernização do esporte no país, uma crítica severa que transcende o campo de jogo e atinge a esfera institucional.
Ecoando o Passado: Declarações e Lutas por Igualdade
A manifestação da torcida alvinegra não se limitou ao pré-jogo. Durante o transcorrer da partida, novas faixas foram exibidas, reforçando a temática. Uma delas clamava por "fair play sim cotas justas também", em uma clara alusão à disparidade de recursos financeiros entre os clubes, um tema recorrente nas discussões sobre a equidade no futebol nacional. Outra faixa recuperava uma célebre frase atribuída a Zico, ícone rubro-negro: "Eu tinha ódio do Botafogo, eles ganhavam todas". Esta citação, habilmente utilizada, buscava ressaltar a grandiosidade histórica do Botafogo em certos períodos, além de provocar a lenda adversária com suas próprias palavras.
Em suma, o que se viu no Estádio Nilton Santos foi mais do que uma simples provocação. Foi uma cuidadosa orquestração de elementos históricos, declarações polêmicas e críticas institucionais, tudo embalado em uma demonstração visual impactante. A torcida botafoguense, com sua criatividade e memória afiada, utilizou o clássico para reafirmar sua identidade, sua visão crítica sobre o rival e, acima de tudo, para manter acesa a chama de uma das mais intensas rivalidades do futebol carioca, demonstrando que o "fair play" fora das quatro linhas é, muitas vezes, apenas uma quimera.
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