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Base do Flamengo: Vendas de Campeões e a Nova Estratégia de Mercado
Por Redação Flapress em 07/09/2025 08:10
Recentemente, a equipe sub-20 do Flamengo alcançou o bicampeonato mundial, um feito notável que rapidamente foi seguido pela saída de atletas cruciais como Matheus Gonçalves, Lorran e Shola. Contudo, essa movimentação de mercado não é vista como um revés, mas sim como um componente natural de uma nova abordagem que está sendo implementada nas categorias de base do clube. A realidade esportiva do elenco profissional impõe uma diretriz clara: formar jogadores com foco no mercado de transferências.
Bruno Pivetti, que assumiu o comando técnico da equipe em julho, é a figura central nesse processo. O treinador optou por um desafio na base rubro-negra, deixando para trás uma carreira consolidada no futebol profissional, onde acumulou experiência em diversos clubes, principalmente nas Séries B e C do Campeonato Brasileiro. Sua missão é traduzir essa nova visão em prática no dia a dia dos jovens talentos.
A decisão de Pivetti de se juntar ao Flamengo foi motivada por múltiplos fatores, conforme ele mesmo explicou:
Primeiramente, o que me fez aceitar o convite do Flamengo foi a grandeza do clube. Me senti muito motivado para poder participar desta história. Depois, o Alfredo Almeida (diretor da base) me apresentou um projeto muito interessante de futebol, com perspectivas a médio e longo prazo, e eu acreditei que pudesse contribuir da melhor forma para poder potencializar os talentos do Flamengo para a categoria profissional, mas é claro que hoje a gente sabe que com a qualidade do grupo principal é muito difícil para os atletas da base chegarem ao profissional do Flamengo, mas também me foi dada a responsabilidade de preparar estes jogadores da melhor maneira para o mercado.
A Nova Filosofia da Base Rubro-Negra
A filosofia atual da base do Flamengo reflete uma adaptação às exigências do futebol moderno, onde a formação de atletas transcende a mera ascensão ao time principal. A dificuldade de jovens talentos se firmarem em um elenco profissional de alto nível, como o do Flamengo , torna imperativa a preparação para um cenário mais amplo: o mercado global. O projeto, apresentado por Alfredo Almeida, visa um desenvolvimento consistente a médio e longo prazo, garantindo que os jogadores estejam aptos tanto para o elenco principal, se a oportunidade surgir, quanto para serem negociados, gerando valor para o clube.
Este direcionamento estratégico busca otimizar o potencial dos talentos da base, garantindo que o investimento na formação retorne em resultados, seja esportivos ou financeiros. A transição de Pivetti do futebol profissional para a base sublinha a seriedade e a importância que o clube atribui a essa nova empreitada, enxergando nela um caminho para a sustentabilidade e o contínuo sucesso.

Campeões em Campo, Negócios no Mercado: As Vendas Estratégicas
Após a conquista histórica do título mundial sub-20, em uma emocionante disputa de pênaltis contra o Barcelona no Maracanã, o Flamengo testemunhou a imediata saída de três de seus promissores atletas. As movimentações no mercado de transferências evidenciam a eficácia dessa nova estratégia de valorização e comercialização de talentos.
As negociações envolvendo Lorran , Matheus Gonçalves e Shola representam um fluxo de receita significativo e demonstram a capacidade do clube de transformar o sucesso nas categorias de base em ganhos financeiros. Abaixo, detalhamos as transações:
Jogador | Destino | Valores da Transação | Observações |
---|---|---|---|
Lorran | Pisa (Itália) | 500 mil euros (empréstimo), 4 milhões de euros (compra obrigatória) | Compra obrigatória por 50% dos direitos em caso de metas atingidas. |
Matheus Gonçalves | Al Ahli (Arábia Saudita) | 8 milhões de euros | Venda por 50,5 milhões de reais. |
Shola | Dínamo de Kiev (Ucrânia) | 400 mil dólares | Venda por 50% dos direitos do atacante, equivalente a 2,1 milhões de reais. |
Pivetti aborda essas saídas com pragmatismo, ressaltando a previsibilidade e a continuidade do trabalho:
Vejo esse momento com muita naturalidade, já esperávamos que alguns jogadores recebessem algumas propostas. Nesse momento estamos reformulando a categoria sub-20 para que a gente possa ter o maior nível competitivo possível e poder estimular esses jogadores a desenvolver bem os seus talentos. Alguns jogadores saíram, outros estão sendo oportunizados e enquanto isso a gente dá sequência ao nosso calendário competitivo, pois temos ainda a disputa do Carioca e da Copa do Brasil.
A Experiência Profissional a Serviço da Formação
A escolha de Bruno Pivetti em redirecionar sua trajetória para a base do Flamengo não foi aleatória. Sua vasta experiência como treinador principal no futebol profissional, atuando em diversas regiões do Brasil e até no exterior, oferece uma perspectiva única e valiosa para os jovens atletas. Ele buscou um projeto de longo prazo, com solidez e seriedade, que encontrou na proposta de Alfredo Almeida.
Essa vivência no cenário profissional permite que Pivetti transmita aos jogadores sub-20 uma compreensão aprofundada da realidade do mercado do futebol. Mesmo desfrutando de uma das melhores estruturas do país no Flamengo , é fundamental que os atletas compreendam as dinâmicas externas. Essa consciência os prepara não apenas para valorizar as condições oferecidas pelo clube, mas também para se adaptarem mentalmente a diferentes contextos, caso suas carreiras os levem para outros clubes ou ligas. A capacidade de evolução contínua, independentemente do ambiente, é um pilar para o sucesso e para alcançar patamares mais elevados no futebol.
Metodologia e Conexão com o Profissional
A metodologia de trabalho implementada no sub-20 busca uma integração profunda com os princípios de jogo da categoria profissional. O objetivo é que os jovens atletas já se familiarizem com as táticas e exigências do time principal, facilitando uma eventual transição. No aspecto defensivo, por exemplo, o foco está em uma marcação em bloco alto na saída de bola adversária e na formação de blocos compactos. Na recuperação da posse, há um estímulo para a escolha inteligente entre a retirada da bola da zona de pressão ou a execução de um ataque rápido.
Ofensivamente, a equipe valoriza a posse de bola, combinando o jogo apoiado com a exploração dos espaços oferecidos pelo adversário através de ataques mais velozes. Um ponto crucial é a reação imediata à perda da posse, com os jogadores exercendo pressão pós-perda. A comunicação entre a base e o futebol profissional é gerenciada principalmente por Alfredo Almeida, que estabelece os processos para garantir um fluxo eficiente de informações, assegurando que o sub-20 esteja sempre preparado para atender às demandas do elenco principal , incluindo a interação com figuras como Filipe Luís.
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