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Regularização de Apostas Esportivas no Brasil: Um Novo Cenário em 2025
Por Redação Flapress em 31/12/2024 14:00
O Novo Mapa das Apostas Esportivas no Brasil
O setor de apostas esportivas no Brasil está prestes a passar por uma significativa transformação. A Secretaria de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda (SPA-MF) tornou pública, nesta última terça-feira (31), a relação das empresas habilitadas para operar no território nacional a partir de 1º de janeiro de 2025. Esta divulgação marca um ponto crucial na regulamentação deste mercado em expansão, com implicações diretas para os clubes de futebol e o cenário do entretenimento esportivo.
Grandes Patrocinadores de Clubes de Futebol Ausentes na Lista
Um aspecto notável desta nova regulamentação é a ausência de algumas das principais casas de apostas que atualmente patrocinam times da Série A do Campeonato Brasileiro. Empresas como Esportes da Sorte, que estampa sua marca nas camisas de Corinthians, Bahia, Ceará e Grêmio, e Pixbet, patrocinadora máster do Flamengo, não foram incluídas na lista de operadoras autorizadas. Outras empresas como Betvip e Betsat, que patrocinam Sport e Vitória, respectivamente, também foram vetadas.
É relevante notar que algumas destas empresas, como Pixbet, Esportes da Sorte e Betsat, haviam sido mencionadas em uma lista anterior divulgada pelo governo em outubro. A Esportes da Sorte, inclusive, havia obtido uma licença da Loterj para operar no Rio de Janeiro. Esta reviravolta demonstra a complexidade e as disputas em torno da regulamentação do setor.
O Conflito entre Licenças Estaduais e Federais
A divergência entre o Governo Federal e as loterias estaduais tem sido um ponto central desta discussão. O Ministério da Fazenda argumenta que as licenças emitidas por estados e municípios limitam a atuação das empresas aos seus territórios, conforme o artigo 35-A da Lei nº 13.756. Esta interpretação restringe a operação nacional de empresas com licenças estaduais.
Por outro lado, alguns estados emitiram licenças que permitiam às empresas operar em todo o país, baseando-se em uma interpretação distinta da mesma lei. Essa divergência legal cria um impasse que, segundo especialistas, deverá ser resolvido pela Justiça. Andrei Kampff, professor, mestre em Direito e colunista do UOL, destaca: "Dessa forma, o governo federal entende que a atuação nacional das bets com essas licenças seria ilegal. Por outro lado, estados emitem licenças que tiveram autorização para a atuação nacional por entenderem a lei de uma maneira distinta. De fato, quem vai dizer qual caminho deve ser seguido é a Justiça. A Justiça precisa urgentemente se pronunciar sobre isso".
Rigor da Regulamentação Federal e a Proteção ao Apostador
A disputa entre as esferas governamentais também levanta questões sobre a proteção do apostador e a integridade esportiva. Kampff argumenta que as regras estabelecidas pelo governo federal para a obtenção da licença de operação são mais rigorosas do que as regras estaduais. "Eu não vejo como a licença estadual possa continuar a autorizar a exploração nacional. Primeiro que os valores são muito diferentes. Segundo porque não vejo competência jurídica para isso. Terceiro - e fundamental - é que as regras do governo federal para a licença de operação são muito mais rígidas que as regras estaduais. Isso protege apostador e também a integridade esportiva", conclui o especialista.
Este novo cenário regulatório promete impactar profundamente o mercado de apostas esportivas, exigindo que as empresas se adaptem às novas regras e que os clubes de futebol repensem suas estratégias de patrocínio. A decisão final, no entanto, parece estar nas mãos da Justiça, que deverá pacificar essa complexa questão legal.

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